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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

AVC- Acidente Vascular Cerebral

Introdução ao AVC

Acidente vascular cerebral é o nome médico da doença que é conhecida popularmente como derrame. O
acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico ocorre quando há algum tipo de lesão nos vasos cerebrais ocasionando dano a partes do cérebro. Não se sabe bem a origem precisa da palavra derrame nem porque deixou de ser utilizada na prática médica, mas ainda o nome popular da doença e como ele é conhecido pelas pessoas. O nome acidente vascular cerebral, por outro lado, é totalmente inadequado e deveria ser abandonado por que um derrame é tudo menos um acidente.
Trata-se de doença com aparecimento súbito, mas com fatores de risco conhecidos sendo o principal deles a hipertensão arterial sistêmica mais conhecida como pressão alta. As conseqüências do derrame são muitas vezes para o resto da vida, como as deficiências motoras, com paralisia de partes do corpo principalmente braços e pernas.
O derrame já era conhecido desde a Grécia Antiga com o nome de apoplexia, palavra grega que significa “golpeado com violência”. No latim, a palavra apoplexia foi adaptada com o significado de “fulminado”. No século 16, na Inglaterra, a expressão que se usava era “stroke of God´s hands”, mostrando que nos tempos antigos o derrame era visto como uma doença causada pelos deuses sem possibilidade de tratamento pelos médicos. O nome em inglês “stroke” vem do verbo “strike” (derrubar) e significa “derrubado”, mostrando um dos efeitos da doença.

Mas, afinal, o que é o derrame?

O derrame é um tipo de doença cardiovascular chamado de doença cerebrovascular, que pode ser causada por vários fatores de riscos diferentes. Ela começa com uma alteração neurológica que acontece de repente ou que evolui rapidamente. A alteração neurológica pode ser variada de acordo com a região do cérebro que foi acometida.
O quadro mais conhecido é uma perda de força de um lado do corpo que pode incluir braços, pernas e face. Normalmente, como a musculatura do outro lado do rosto está normal, a rima da boca se desvia para o lado do rosto que não está paralisado. Esse quadro é descrito no exame neurológico como hemiplegia direita com desvio da rima bucal para a esquerda, por exemplo.
Dependendo da região do cérebro que foi comprometida, o quadro clínico muda. Um acidente vascular cerebral de tronco, por exemplo, pode deixar a pessoa imóvel para sempre. Outros podem levar a importantes alterações da sensibilidade.

AVC isquêmico

O Acidente Vascular Isquêmico pode ser causado por uma trombose de uma artéria cerebral de pequeno ou de grande calibre. A trombose em geral acontece na região da artéria que tem uma placa de aterosclerose. O acidente vascular cerebral isquêmico também pode ser causado por um êmbolo. Se a pessoa tiver uma placa de aterosclerose em uma das artérias carótidas, que são as artérias que levam o sangue oxigenado do coração para o cérebro, pode-se soltar um pedacinho da placa de ateroma que migra na circulação cerebral até que ele entupa um vaso. Os tecidos que receberiam o oxigênio por esse vaso morrem e essa parte do cérebro pára de funcionar. Dependendo do tamanho do êmbolo, pode ser uma artéria de pequeno ou grande calibre que fica obstruída.
Outro jeito de causar um acidente vascular isquêmico por êmbolo é quando, por exemplo, uma pessoa tem um infarto do miocárdio. O infarto do miocárdio provoca a morte de uma parte do músculo do coração que deixa de se contrair. O sangue parado perto dessa parede do coração que não se contrai pode formar um coágulo. Um dos segredos do sangue não se coagular é ele estar sempre em movimento. Um pedacinho de um coágulo formado na parede do coração pode migrar pela artéria carótida até entupir um vaso da circulação cerebral.




AVC isquêmico
©2008 ComoTudoFunciona
Imagem da esquerda mostra um AVC isquêmico visto pela tomografia de crânio: a área da lesão é a mais clara do lado esquerdo
 
Às vezes, o vaso da circulação cerebral que ficou obstruído é tão pequeno que nem se percebe qualquer alteração do exame neurológico. Às vezes, a pessoa apresenta alguma alteração neurológica que desaparece antes de 24 horas porque de algum modo o coágulo que se formou no cérebro se desfaz antes que algum tecido cerebral tenha realmente morrido. Esses casos são chamados de episódios isquêmicos transitórios e representam um aviso importante de que a pessoa deve se tratar.

Fatores de risco do AVC

Os fatores de risco para o acidente vascular cerebral são os mesmos envolvidos com as doenças cardiovasculares. Os principais são:
  • hipertensão,
  • tabagismo
  • dislipidemia, e
  • diabetes
Entretanto, se esses fatores estão todos envolvidos com a doença isquêmica coronariana (infarto), para o derrame o peso da hipertensão é muito maior do que o dos outros fatores. Por isso, controlar a pressão alta é fundamental na prevenção do acidente vascular cerebral.
Doenças que aumentam o risco de sangramento também podem causar acidente vascular cerebral. É o caso, por exemplo, de uma deficiência de plaquetas. As plaquetas são parte importante do mecanismo da coagulação e a diminuição do seu número pode causar sangramento.
Alguns medicamentos anticoagulantes utilizados no tratamento do próprio acidente vascular cerebral isquêmico também podem aumentar o risco de acidente vascular hemorrágico. Além desses fatores há ainda um componente genético importante na determinação da pressão arterial, que por sua vez é o fator de risco mais importante para o derrame.

Sintomas e diagnóstico do AVC

O quadro da alteração neurológica no acidente vascular cerebral é muito assustador e geralmente o paciente procura o pronto-socorro. A instalação do quadro neurológico costuma ser abrupta ou rapidamente progressiva instalando-se em poucas horas.
Os sintomas podem variar de acordo com a região do cérebro acometida:
  • hemiplegia (não mexer um dos lados do corpo),
  • hemiparesia (mexer parcialmente um dos lados do corpo, às vezes predominando em braços ou pernas),
  • alterações de sensibilidade,
  • afasia (perda da fala).
A eqüência de acidente vascular cerebral aumenta com a idade, sendo raro em pessoas jovens. O filme “O Escafandro e a Borboleta”, que recebeu quatro indicações ao Oscar em 2008, conta a história do editor de uma famosa revista de moda que, após um tipo muito particular de acidente vascular cerebral, só consegue mexer seu olho esquerdo. O personagem se recusa a entregar-se à doença, criando um mundo próprio com a sua imaginação e a sua memória e se comunicando com o mundo externo piscando o olho esquerdo.
Mas ao contrário do personagem do filme, a maioria das pessoas com seqüelas de acidente vascular cerebral fica muito deprimida após um AVC porque ele pode levar à perda total da independência. Outro ponto é que nem sempre o paciente conta com o suporte familiar ou financeiro que seria necessário. Adaptar uma casa para um paciente com derrame é caro e exige projeto especializado. O derrame ocorre com maior freqüência em famílias pobres que, justamente, têm menos possibilidade de fazer as reformas necessárias ou que às vezes moram em favelas onde essa adaptação é impossível. O paciente muitas vezes fica restrito à sua cama.
A irrigação do cérebro provém de duas origens:
  1. As carótidas são artérias que saem da aorta e levam sangue oxigenado para a porção anterior do cérebro, dando origem às artérias carótidas internas, cerebrais médias e cerebrais anteriores. Problemas nesse território costumam causar déficit motor ou sensitivo, dificuldade na articulação das palavras (disartria), déficit de linguagem, outras alterações da função nervosa superior como não reconhecimento de pessoas ou objetos e alterações da visão.
  2. O segundo sistema de irrigação do cérebro é o vértebro-basilar, que dá origem às artérias vertebral, basilar, cerebelares e cerebrais posteriores. Lesão nesse território pode causar também déficit motor ou déficit sensitivo, dificuldade na articulação das palavras (disartria) ou perda da fala (afasia), alterações visuais, alterações de coordenação e alterações de nervos cranianos localizados no tronco cerebral que podem levar à diplopia (enxergar duplo), ptose palpebral (queda da pálpebra fechando o olho), anisocoria (tamanho diferente das pupilas), paralisia de parte do rosto, movimentos rápidos dos olhos (nistagmo), perda da sensibilidade em partes do costo e vertigem (sensação de que você está rodando ou de que tudo está rodando em volta de você).
Quando há lesão do tronco cerebral, parte do sistema nervoso responsável pelos estados de sono e vigília e pelas funções de manutenção da vida, como respirar e comandar os batimentos cardíacos, pode ocorrer diminuição do nível de consciência ou coma.
Quando o paciente conta história de cefaléia muito intensa de início súbito e trata-se de adulto jovem entre os 20-30 anos, o diagnóstico mais provável é o de hemorragia meníngea. Junto com a cefaléia aparecem náuseas e vômitos, tonturas e sinais de irritação meníngea como, por exemplo, rigidez do pescoço quando se tenta curvar a cabeça do paciente em direção ao tronco. Junto com esse quadro podem aparecer também convulsões (ataques), perda de consciência e coma.
Nos casos mais graves pode haver comprometimento das funções vitais como respiração, função cardíaca, controle da temperatura corporal e morte. O quadro da hemorragia meníngea é muito grave.

Diagnóstico





Ressonância magnética
iStockphotos
Ressonância magnética: um dos
­exames que diagnosticam o AVC

Para fazer o diagnóstico de acidente vascular cerebral basta um quadro clínico compatível confirmado pela história que o paciente conta e o exame neurológico. Para ter certeza e confirmar que parte do cérebro foi atingida o exame mais utilizado é a tomografia de crânio. Em alguns casos pode estar indicada a ressonância nuclear magnética.  O exame do líquor pode ser importante nos casos em que a tomografia de crânio é normal e a maior suspeita passa a ser de uma hemorragia meníngea (subaracnóidea). Nesses casos o líquor vem altamente hemorrágico (cheio de sangue) comprovando o sangramento.
Nos casos de hemorragia meníngea (subaracnóidea), a angiografia cerebral digital é ainda o exame mais importante para o diagnóstico de aneurismas cerebrais saculares, dando informações precisas quanto à sua localização, forma e tamanho. Nestes casos, o exame deve mostrar os quatro vasos cervicais que nutrem a circulação intracraniana, possibilitando o diagnóstico de aneurismas cerebrais múltiplos que ocorrem em aproximadamente 20% dos casos.
Além desses exames podem ser feitos outros exames para identificar a causa do derrame. Por exemplo, nos casos de êmbolo de origem cardíaca, é importante fazer um ecocardiograma para ver como o coração está funcionando, e um eletrocardiograma, para ver se há alguma arritmia. Além do infarto, na doença de chagas e na fibrilação atrial, doenças do coração que fazem com que ele bata fora de ritmo (arritmia) podem levar à formação de êmbolos, podendo causar acidente vascular cerebral quando um êmbolo se desprega do coágulo e entope uma artéria do cérebro.

Seqüelas do AVC

O prognóstico do acidente vascular cerebral depende do tipo. O acidente vascular cerebral isquêmico é o que tem melhor prognóstico desde que não comprometa uma área muito grande do cérebro. O acidente vascular cerebral hemorrágico já é muito mais grave, e a hemorragia meníngea (subaracnóidea) é mais grave ainda, com risco de morte mesmo que o tratamento seja implantado de forma rápida e adequada.
É muito comum que o acidente vascular cerebral isquêmico se repita, deixando cada vez mais seqüelas. Uma parte considerável dos episódios pode evoluir com melhora importante após fisioterapia, com recuperação da força muscular, e de fonoaudiologia para, por exemplo, corrigir problemas associados à deglutição de alimentos. Esses problemas acontecem às vezes como seqüela do derrame, levando a episódios de aspiração de comida e saliva com aparecimento de pneumonias (o paciente desaprende como engolir alimentos e saliva).
Portanto, para prevenção das seqüelas é muito importante que haja reabilitação, ou seja fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional no suporte ao paciente com derrame. A ausência de reabilitação pode levar a seqüelas permanentes. Nos casos mais graves ocorrem seqüelas mesmo que haja reabilitação, mas ela é sempre útil para minimizar as complicações.

Tratamento do AVC

O tratamento do acidente vascular cerebral inclui o controle dos fatores de risco, como a hipertensão arterial. Outro ponto é iniciar a anticoagulação. Controlar a hipertensão arterial é o principal tratamento preventivo para o acidente vascular cerebral. No indivíduo com um primeiro episódio de acidente vascular isquêmico, ou um episódio isquêmico transitório, estão indicados os antiagregantes plaquetários, medicamentos que inibem a agregação plaquetária que é um dos desencadeantes da coagulação.




Controle da hipertensão
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Controlar a hipertensão é essencial na prevenção do AVC

Os antiagregantes devem ser usados na prevenção de um novo episódio. O mais antigo de todos os medicamentos com ação antiagregante plaquetária é a aspirina. Mas hoje em dia, há várias outras opções como a ticlopidina, o dipiridamol e o clopidogrel. A escolha do medicamento mais adequado para cada indivíduo deve ser feita pelo médico.
Nos casos mais graves de episódios repetidos de acidentes vasculares cerebrais isquêmicos indica-se a anticoagulação com os dicumarínicos. Todos esses medicamentos não podem ser utilizados no acidente vascular cerebral hemorrágico por aumentar o risco de sangramentos.
No acidente vascular cerebral hemorrágico, o ponto mais importante do tratamento é o controle da pressão arterial elevada. Nas hemorragias meníngeas (subaracnóideas), deve-se identificar a posição do aneurisma e o tratamento é cirúrgico.
Assim como existe o tratamento agudo para o paciente com infarto utilizando-se agentes trombolíticos com o objetivo de dissolver o coágulo (estreptoquinase), desde que o paciente chegue ao centro que vai realizar o procedimento com menos de seis horas de dor, há possibilidade desse tipo de tratamento no acidente vascular cerebral.




Remoção de placa da artéria
Remoção de placa de gordura da artéria carótida é um dos tratamentos do AVC
­Em alguns lugares do mundo, inclusive o Brasil, foram criadas as chamadas Stroke Units com o mesmo objetivo das Unidades Coronarianas. Essas unidades são especializadas no tratamento do acidente vascular cerebral, usando protocolos de condutas padronizados que envolvem a participação de equipe multiprofissional no tratamento e no cuidado do paciente. Outro aspecto de maior importância é a possibilidade de ação na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico com medicamentos que dissolvem o trombo que provocou o derrame.
Além das Unidades Cerebrovasculares criou-se em várias cidades americanas e canadenses o “telestroke”, que permite que neurologistas à distância possam avaliar tomografias e indicar condutas aos médicos de plantão em unidades de emergência e de terapia intensiva que atendam pacientes com acidente vascular cerebral.

Todo paciente que apresente um acidente vascular cerebral deve ficar por um mínimo de 24 horas em observação para que seja possível avaliar se a doença está estacionada ou se está evoluindo para um quadro mais grave. Sempre que possível, os pacientes devem ser internados. Depois da fase aguda, os pacientes podem ser encaminhados para tratamento ambulatorial e para a reabilitação.
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sábado, 15 de janeiro de 2011

Medula óssea



O que é medula óssea?
É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

Qual a diferença entre medula óssea e medula espinhal?
Enquanto a medula óssea, como descrito anteriormente, é um tecido líquido que ocupa a cavidade dos ossos, a medula espinhal é formada de tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da coluna vertebral e tem como função transmitir os impulsos nervosos, a partir do cérebro, para todo o corpo.

O que é transplante de medula óssea?
É um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.


Quando é necessário o transplante?
Em doenças do sangue como a Anemia Aplástica Grave, Mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias, como a Leucemia Mielóide Aguda, Leucemia Mielóide Crônica, Leucemia Linfóide Aguda. No Mieloma Múltiplo e Linfomas, o transplante também pode ser indicado.
Anemia Aplástica: É uma doença que se caracteriza pela falta de produção de células do sangue na medula óssea. Apesar de não ser uma doença maligna, o transplante surge como uma saída para 'substituir' a medula improdutiva por uma sadia.

Leucemia: É um tipo de câncer que compromete os glóbulos brancos (leucócitos), afetando sua função e velocidade de crescimento. Nesses casos, o transplante é complementar aos tratamentos convencionais.

Como é o transplante para o doador?
Antes da doação, o doador faz um rigoroso exame clínico incluindo exames complementares para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.


Como é o transplante para o paciente?
Depois de se submeter a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sangüínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento. Cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários. Por um período de duas a três semanas, o paciente necessitará ser mantido internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre muito comuns. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário em alguns casos o comparecimento diário ao Hospital-dia.


Quais os riscos para o paciente?
A boa evolução durante o transplante depende de vários fatores: o estágio da doença (diagnóstico precoce), o estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas, além, é claro, do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova 'memória' e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é rara.


Quais os riscos para o doador?
Os riscos são poucos e relacionados a um procedimento que necessita de anestesia, sendo retirada do doador a quantidade de medula óssea necessária (menos de 15%). Dentro de poucas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada. Uma avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e cardiovasculares do doador visando a orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório.

O que é compatibilidade?
Para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossoma 6, que devem ser iguais entre doador e receptor. A análise de compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de histocompatibilidade. Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%.

O que fazer quando não há um doador compatível?
Quando não há um doador aparentado (geralmente um irmão ou parente próximo, geralmente um dos pais), a solução para o transplante de medula é fazer uma busca nos registros de doadores voluntários, tanto no REDOME (o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) como nos do exterior. No Brasil a mistura de raças dificulta a localização de doadores compatíveis. Mas hoje já existem mais de 12 milhões de doadores em todo o mundo. No Brasil, o REDOME tem mais de 1 milhão e 400 mil  doadores.


Doação de Medula ÓsseaO número de doadores voluntários tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Redome. Agora há 1,6 milhão de doadores inscritos e o percentual subiu para 70%. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). A evolução no número de doadores deveu-se aos investimentos e campanhas de sensibilização da população, promovidas pelo Ministério da Saúde e órgãos vinculados, como o INCA. Essas campanhas mobilizaram hemocentros, laboratórios, ONGs, instituições públicas e privadas e a sociedade em geral. Desde a criação do REDOME, em 2000, o SUS já investiu R$ 673 milhões na identificação de doadores para transplante de medula óssea. Os gastos crescerem 4.308,51% de 2001 a 2009.  

Quantos hospitais fazem o transplante no Brasil?São 61 centros para transplantes de medula óssea e 17 para transplantes com doadores não-aparentados: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), INCA, Hospital das Clínicas Porto Alegre, Casa de Saúde Santa Marcelina, Boldrini, GRAAC, Escola Paulista de Medicina - Hospital São Paulo, Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), Hospital AC Camargo, Fundação E. J. Zerbini, Hospital de Clínicas da UNICAMP, Hospital Amaral Carvalho, Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio Libanês.

O que a populãção pode fazer para ajudar os pacientes?Todo mundo pode ajudar. Para isso é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.







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sábado, 8 de janeiro de 2011

Meningite

O QUE É ?

A meningite é uma doença que consiste na inflamação das meninges – membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. Ela pode ser causada, principalmente, por vírus ou bactérias. O quadro das meningites virais é mais leve e seus sintomas se assemelham aos da gripe e resfriados. Entretanto, a bacteriana – causada principalmente pelos meningococos, pneumococos ou hemófilos – é altamente contagiosa e geralmente grave, sendo a doença meningocócica a mais séria. Ela, causada pela Neisseria meningitidis, pode causar inflamação nas meninges e, também, infecção generalizada (meningococcemia). O ser humano é o único hospedeiro natural desta bactéria cujas sequelas podem ser variadas: desde dificuldades no aprendizado até paralisia cerebral, passando por problemas como surdez.

COMO SE ADQUIRI ?
 
A aquisição da infecção está relacionada ao tipo de germe associado. Geralmente, pode estar associado a um quadro infeccioso respiratório, podendo ser viral ou bacteriano, otites (infecção do ouvido) , amigdalites (infecção na garganta), trauma cranioencefálico (germes colonizadores da cavidade nasal podem adentrar a cavidade craniana e contaminar as meninges). Estados de imunossupressão, como aqueles desencadeados pela infecção pelo HIV, podem tornar o indivíduo mais suscetível a apresentar este tipo de doença, principalmente quando a meningite for desencadeada por fungos ou protozoários. 

 O QUE SE SENTE ?

O quadro clínico da MGT é caracterizado por: cefaléia intensa, náuseas, vômitos e certo grau de confusão mental. Também há sinais gerais de um quadro infeccioso, incluindo febre alta, mal-estar e até agitação psicomotora. Além disso, podemos observar a tradicional “rigidez de nuca”, um sinal de irritação meníngea. Em crianças, o diagnóstico pode ser mais difícil, principalmente nas menores, pois não há queixa de cefaléia e os sinais de irritação meníngea podem estar ausentes. Nelas, os achados mais freqüentes são: febre, irritabilidade, prostração, vômitos, convulsões e até abaulamento de fontanelas. 

COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO ?

O diagnóstico é feito pela anamnese e exame físico completo do paciente. A confirmação diagnóstica das meningites é feita pelo exame do líquor, o qual é coletado através de uma punção lombar (retirada de líquido da espinha). Exames de imagem, sobretudo a tomografia de crânio, não são exames de escolha para o diagnóstico das meningites, mas são indicados quando há alteração focal no exame neurológico, ou se há sinais de hipertensão intracraniana (dor de cabeça, vômitos e confusão mental), ou crises convulsivas, no início do quadro, sem sinais infecciosos gerais. 

COMO SE TRATA ?

O tratamento das meningites agudas é considerado uma emergência, principalmente se a suspeita etiológica for bacteriana. Ele deve ser iniciado o mais rápido possível e com antibióticos administrados via endovenosa, pois o paciente corre o risco de vida e de apresentar seqüelas graves nestes casos. Na suspeita de meningite crônica, como aquela provocada pela tuberculose, o tratamento pode ser administrado via oral, sendo que o mesmo se prolonga por semanas. 

COMO SE PREVINE ?

A prevenção é possível nos casos diagnosticados e com certeza da doença. O uso de máscaras e a profilaxia com antibiótico podem prevenir a meningite das pessoas que estiverem em contato próximo a um paciente que esteja com a infecção.


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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Beneficios do chá verde para o cérebro

O Chá verde é um tipo de chá feito a partir da infusão da erva Camellia Sinensis. É chamado de verde porque as folhas da erva sofrem pouca oxidação durante o processamento, o que não acontece com as folhas do chá preto. Algumas outras ervas são vendidas a título de chá verde, porém o verdadeiro chá verde é o feito a partir da folha do arbusto Camellia Sinensis.

Muito popular na China e no Japão, há pouco tempo começou a ser consumido com maior freqüência no ocidente, tradicional consumidor de chá preto, devido tanto a uma tendência orientalista, quanto às propriedades anti-oxidantes do cha verde a ela atribuídas.


Nos últimos anos uma miríade de estudos têm se dedicado a descobrir os diversos efeitos positivos desta bebida verde de mais de cinco mil anos, no corpo humano.
Se você beber entre duas a seis xícaras de chá verde por dia - caso a infusão seja feita corretamente - poderá acumular inúmeros benefícios para a sua própria saúde que, no final das contas, pode resultar em aumento significativo da sua longevidade e qualidade de vida.

Previne e retarda a doença de Alzheimer
 As mesmas substâncias que parecem prevenir o câncer no chá verde evitam que se forme uma proteína que cria placas no cérebro e levam à demência chamada de doença de Alzheimer. Experimentos mostraram redução de 54% no acúmulo das placas no cérebro de roedores. Este efeito ocorre, pois compostos presentes no chá verde inibe a atividade de uma enzima que destrói a acetilcolina, uma importante substância encontrada nos neurônios.

Protege contra doença de Parkinson
 Doença de Parkinson é causada pela perda de neurônios produtores de dopamina, que controla os movimentos. Os antioxidantes do chá verde, ao reduzir a oxidação dos neurônios estariam contribuindo para a redução do avanço e prevenção da doença.

SAIBA COMO PREPARAR UM EXCELENTE CHÁ VERDE

Se o sabor do chá verde é insuportável assim, você está fazendo algo muito errado ao prepará-lo. A maneira correta de preparar chá verde é pela infusão:

Deixe a água no fogo até começar a juntar minúsculas bolhas de ar, logo antes da fervura.
A temperatura ideal é de 70 a 80oC.
Nesse ponto coloque a água no recipiente onde a infusão será efetuada e mergulhe a erva.
Deixe a infusão correr por, no máximo, cinco minutos e coe a erva.
Beba o antes possível, sem pressa.

Infusões mais demoradas levarão à liberação excessiva do tanino contido na erva, uma substância amarga. Segundo especialistas a água muito quente ou a infusão muito longa podem levar à evaporação, ou quebra, das substâncias salutares presentes na erva e o efeito benéfico da sua xícara poderia ser reduzido.

A infusão deve resultar em uma bebida de cor verde clara com sabor suave.


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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Esclerose Múltipla

O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA?

 Esclerose múltipla é uma doença crônica que afeta o cérebro e cordão espinhal. A esclerose múltipla pode causar vários sintomas, incluindo alteração nas sensações, problemas visuais, franqueza muscular, depressão e dificuldades de fala e coordenação. Embora muitos pacientes tenham uma vida plena e recompensadora, a esclerose múltipla pode causar problemas de mobilidade e incapacidade em casos mais severos.
Esclerose Múltipla afeta os neurônios, os quais são células do cérebro e cordão espinhal que carregam informações, criam o raciocínio e perpecpção e permitem ao cérebro controlar o corpo. Há uma camada de gordura que envolve e protege esses neurônios e os ajudam a carregar sinais elétricos. A esclerose múltipla causa a destruição gradual dessa camada e a divisão dos neurônios em pedaços pelo cérebro e coluna espinhal, o que ocasiona vários sintomas dependendo de quais sinais foram interrompidos. Acredita-se que a esclerose múltipla resulte do ataque do sistema imunológico da pessoa ao sistema nervoso, desta forma sendo caracterizada com uma doença autoimune.
FORMAS DE ESCLEROSE MÚLTIPLA

A esclerose múltipla pode ter várias formas diferentes, com sintomas novos ocorrendo em ataques discretos ou aparecendo lentamente com o tempo. Embora saiba-se bastante como a esclerose múltipla causa danos, sua causa exata continua desconhecida. Até agora a esclerose múltipla não tem cura, porém há vários tratamentos disponíveis que podem diminuir o aparecimentos de novos sintomas. Esclerose múltipla afeta principalmente adultos, geralmente tendo início quando a pessoa tem entre 20 e 40 anos de idade, e é mais comum em mulheres do que em homens.

CAUSAS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA

Embora saiba-se muito sobre os mecanismos envolvidos no processo da esclerose múltipla, sua causa permanece de difícil compreensão. A teoria mais aceita é de que ela resulta de ataques ao sistema nervoso central pelo próprio sistema imunológico do organismo. Alguns acreditam que a esclerose múltipla é uma doença metabolicamente dependente, enquanto outros acham que ela pode ser causada por um vírus como o Epstein-Barr. Há ainda os que acreditam que sua pouca prevalência nos trópicos aponta para uma deficiência de vitamina D na infância. 
CURA E TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA

A
esclerose múltipla não tem cura, mas várias terapias de tratamento mostraram ajudar. O tratamento para esclerose múltipla busca o retorno das funções após um ataque, evitar novos ataques e prevenir a incapacitação. Como muitos tratamentos, a medicação de vários efeitos colaterais e muitas terapias ainda estão sob investigação.

PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

O prognóstico para pacientes de esclerose múltipla depende do sub-tipo da doença, características individuais, sintomas iniciais e grau de incapacitação que a pessoa sobre à medida que o tempo avança. Porém, a expectativa de vida de pessoas com esclerose múltipla é quase a mesma da população não afetada e em muitos casos é possível uma vida normal.






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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Autismo





O QUE É ?
Autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal.
O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.
Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.

CAUSAS

A causa do autismo não é conhecida. Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica).

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos familiares e repete continuamente certos atos e rituais. A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não conseguir - por não poder ou não querer - falar nada. Quando falamos com a criança, ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.
Sintomas de autismo em uma criança levam o médico ao diagnóstico, que é feito através da observação. Embora nenhum teste específico para autismo esteja disponível, o médico pode executar certos testes para procurar outras causas de desordem cerebral.
A maioria das crianças autistas tem desempenho intelectual desigual, assim, testar a inteligência não é uma tarefa simples. Pode ser necessário repetir os testes várias vezes. Crianças autistas normalmente se saem melhor nos itens de desempenho (habilidades motoras e espaciais) do que nos itens verbais durante testes padrão de Q.I. Acredita-se que aproximadamente 70 por cento das crianças com autismo têm algum grau de retardamento mental (Q.I. menor do que 70).
Entre 20 e 40 por cento das crianças autistas, especialmente aquelas com um Q.I. abaixo de 50, começam a ter convulsões antes da adolescência.
Algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que podem ser vistos na tomografia cerebral computadorizada. Em adultos com autismo, as imagens da ressonância magnética podem mostrar anormalidades cerebrais adicionais.
Uma variante do autismo, às vezes chamada de desordem desenvolvimental pervasiva de início na infância ou autismo atípico, pode ter início mais tardio, até os 12 anos de idade. Assim como a criança com autismo de início precoce, a criança com autismo atípico não desenvolve relacionamentos sociais normais e freqüentemente apresenta maneirismos bizarros e padrões anormais de fala. Essas crianças também podem ter síndrome de Tourette, doença obsessivo-compulsiva ou hiperatividade.
Assim, pode ser muito difícil para o médico diferenciar entre essas condições. 

PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
Os sintomas de autismo geralmente persistem ao longo de toda a vida.
Muitos especialistas acreditam que o prognóstico é fortemente relacionado a quanto idioma utilizável a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas com inteligência subnormal - por exemplo, aquelas com Q.I. abaixo de 50 em testes padrão - provavelmente irão precisar de cuidado institucional em tempo integral quando adultos.
Crianças autistas na faixa de Q.I. próximo ao normal ou mais alto, freqüentemente se beneficiam de psicoterapia e educação especial.
Fonoterapia é iniciada precocemente bem como a terapia ocupacional e a fisioterapia.
A linguagem dos sinais às vezes é utilizada para a comunicação com crianças mudas, embora seus benefícios sejam desconhecidos. Terapia comportamental pode ajudar crianças severamente autistas a se controlarem em casa e na escola. Essa terapia é útil quando uma criança autista testar a paciência de até mesmo os pais mais amorosos e os professores mais dedicados. 

LISTA DE CHECAGEM DO AUTISMO
A lista serve como orientação para o diagnóstico. Como regra os indivíduos com autismo apresentam pelo menos 50% das características relacionadas. Os sintomas podem variar de intensidade ou com a idade.
 













































































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Epilepsia


Epilepsia (palavra de origem grega que quer dizer atacar de surpresa), é uma afecção crônica do Sistema Nervoso Central, na qual o paciente é predisposto a apresentar episódios agudos de descarga excessiva, anormal e transitória de células nervosas (crises epilépticas).

Este quadro pode ou não ser acompanhado de Distúrbios do Comportamento ou Déficit das Funções Cognitivas. Para que se caracterize a epilepsia, o caráter repetitivo das crises é fundamental, ou seja, uma crise isolada não constitiu elemento para defini-la.

É a manifestação clínica causada por uma descarga transitória, excessiva e anormal de células nervosas. Pode ser comparada a uma tempestade elétrica, ocorrendo num grupo de neurônios.
As descargas podem variar de local, extensão e severidade, o que leva a uma ampla diversidade de formas clínicas.
Os sinais e sintomas de uma crise epiléptica (distúrbios da consciência, dos movimentos ou da
sensibilidade) refletem, portanto, a ativação da parte do cérebro afetada por esta atividade excessiva. Pode ser afetada apenas uma parte do cérebro (crise parcial ou focal) ou toda extensão dos dois hemisférios cerebrais (crise generalizada).
É importante lembrar que o termo disritmia, aplicado nesta área, não tem fundamento científico.


A grande variação nos dados obtidos sobre a epidemiologia da epilepsia deve-se à dificuldade de diagnóstico e ao preconceito que faz com que pacientes e familiares omitam o problema. A prevalência de epilepsia é estimada em 1 a 2% da população geral.
Considerando-se uma população de 150 milhões de habitantes para o Brasil, teríamos então, aproximadamente 1,5 milhão a 3 milhões de pacientes epilépticos. Pode-se, portanto, concluir, que a epilepsia se constitui em um importante problema de saúde pública.
A incidência varia consideravelmente de acordo com a idade, sendo que mais de 75% dos pacientes terão sua primeira crise antes dos 18 anos. A faixa mais acometida é a infantil, grande parte com menos de 2 anos de idade.Estima-se, também, que seja discretamente mais frequente no sexo masculino e em classes sociais mais baixas.

A determinação do diagnóstico de epilepsia requer investigação clínica criteriosa:
  • História clínica com descrição da crise;
  • Antecedentes pessoais (neurológicos e psiquiátricos);
  • Antecedentes familiares;
  • Exame clínico;
  • Exame neurológico;
  • Exames complementares, como:
  • Eletroencefalograma (EEG);
  • Tomografia computadorizada (TC);
  • Ressonância magnética (RM);
  • Exame de líquor

A epilepsia pode ser resultado de malformações congênitas, infecções, tumores, doenças vasculares degenerativas ou traumas.
A investigação da causa da epilepsia se inicia na análise dos dados obtidos na história clínica. São eles que irão orientar os próximos passos na direção da causa mais provável. A razão de mais de ¾ dos pacientes apresentarem início das crises dos 18 anos, a maioria crianças, ainda não é clara. Provavelmente seja devido a maior vulnerabilidade do sistema nervoso central jovem.
Dentre estes dados, um dos mais importantes é a idade e início das crises, pois a causa da epilepsia varia expressivamente de acordo com a idade, como pode ser observado no quadro abaixo:


Na maioria dos casos, a duração da epilepsia ativa é curta (inferior a 5 anos) e, uma vez adquirida a remissão, esta é, usualmente, permanente.
De fato, cerca de 70% dos pacientes entrarão em remissão permanente após a instituição do tratamento antiepiléptico.
A remissão ocorre precocemente, na maioria dos pacientes. Quanto mais difícil o controle das crises, pior sua evolução.
Considerando todos estes dados, conclui-se que a instituição de um tratamento adequado, eficaz e oportuno, melhora o prognóstico do paciente epiléptico.


Chamamos de distúrbio de comportamento aquele que se constitui em desvio de um comportamento aceito como normal para o paciente. Pode ser a exacerbação de um comportamento por si indesejável (explosões de temperamento), um comportamento normal ocorrendo em local impróprio (tirar a roupa em público, por exemplo) ou a ausência de um comportamento normal, como um relacionamento social pobre.
O distúrbio de comportamento só deve ser assim chamado, se a alteração chegar a afetar negativamente o paciente ou sua integração social.
A prevalência de distúrbios de comportamento entre crianças com diagnóstico de epilepsia é muito variável, dependendo do grupo de pacientes avaliados. Pode chegar a níveis superiores a 50% em pacientes acompanhados ambulatorialmente.
Como as funções cognitivas, o comportamento pode ser afetado pelos mesmos fatores relacionados à epilepsia. Os que se destacam são: aparecimento precoce de crises, elevada frequência de crises e ambiente familiar negativo.


O diagnóstico de epilepsia deve ser estabelecido de forma definitiva antes do início do tratamento.
A decisão de se iniciar o tratamento deve considerar o paciente como um todo: a severidade do quadro clínico e seu prognóstico. Deve-se ter bem claro o propósito deste tratamento e a expectativa do paciente.
Tendo-se decidido que o paciente requer tratamento medicamentoso, depara-se a necessidade de escolher a medicação adequada.
Muito importante é ter em conta que a medicação, após instituída, deverá ser mantida durante muitos anos, por vezes até o final da vida.
A maneira como o indivíduo interage com o ambiente social (família, trabalho, amigos) é bastante afetada pelo fato dele ser um portador de epilepsia. O tratamento deve, portanto, não apenas visar o controle de suas crises, mas a melhora da qualidade de vida do paciente, garantindo uma melhor integração social.
A escolha da medicação antiepiléptica a ser utilizada é feita com base no tipo de crise apresentada pelo paciente.
A consequência imediata da escolha adequada da medicação, associada à eficácia contra as crises, melhora a adaptablidade social do paciente epiléptico, que poderá atender melhor e mais facilmente às exigências de seu meio, dentro de uma vida de qualidade.

Sabe-se que aproximadamente 75% dos pacientes epilépticos são indivíduos jovens e que, destes, grande parte é de crianças.
A epilepsia se apresenta sempre com quadros dramáticos e, mesmo havendo nos dias de hoje, maiores informações e conhecimentos sobre a doença, é uma moléstia capaz de suscitar preconceitos e animosidade contra seus portadores. Sendo uma doença que interfere nas funções cognitivas, obviamente pode comprometer o aprendizado, levando esses pacientes a uma perda irreparável, tendo-se em vista seu desempenho intelectual no futuro.

Considerando-se esses aspectos, seu tratamento imediato, eficaz e com menor prejuizo na qualidade de vida, é o objetivo primordial por parte dos médicos, pais e pacientes.
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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Doença de Alzheimer

O QUE É ?

A Doença de Alzheimer é uma doença do cérebro, degenerativa, isto é, que produz atrofia, progressiva, com início mais freqüente após os 65 anos, que produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, que afeta as áreas da linguagem e produz alterações no comportamento.

QUAIS AS CAUSAS DA DOENÇA ?

As causas da Doença de Alzheimer ainda não estão conhecidas, mas sabe-se que existem relações com certas mudanças nas terminações nervosas e nas células cerebrais que interferem nas funções cognitivas. Alguns estudos apontam como fatores importantes para o desenvolvimento da doença:
 
Aspectos neuroquímicos: diminuição de substâncias através das quais se transmite o impulso nervoso entre os neurônios, tais como a acetilcolina e noradrenalina.
Aspectos ambientais: exposição/intoxicação por alumínio e manganês.
Aspectos infecciosos: como infecções cerebrais e da medula espinhal.
Pré-disposição genética em algumas famílias, não necessariamente hereditária.
    SINTOMAS

Na fase inicial da doença, a pessoa afetada mostra-se um pouco confusa e esquecida e parece não encontrar palavras para se comunicar em determinados momentos; às vezes, apresenta descuido da aparência pessoal, perda da iniciativa e alguma perda da autonomia para as atividades da vida diária
Na fase intermediária necessita de maior ajuda para executar as tarefas de rotina, pode passar a não reconhecer seus familiares, pode apresentar incontinência urinária e fecal; torna-se incapaz para julgamento e pensamento abstrato, precisa de auxílio direto para se vestir, comer, tomar banho, tomar suas medicações e todas as outras atividades de higiene. Pode apresentar comportamento inadequado, irritabilidade, desconfiança, impaciência e até agressividade; ou pode apresentar depressão, regressão e apatia.
No período final da doença, existe perda de peso mesmo com dieta adequada; dependência completa, torna-se incapaz de qualquer atividade de rotina da vida diária e fica restrita ao leito, com perda total de julgamento e concentração. Pode apresentar reações a medicamentos, infecções bacterianas e problemas renais. Na maioria das vezes, a causa da morte não tem relação com a doença e sim com fatores relacionados à idade avançada.

DIAGNÓSTICO
Uma das dificuldades em realizar um diagnóstico de Doença de Alzheimer é a aceitação da demência como consequência normal do envelhecimento.
O diagnóstico de Doença de Alzheimer é feito através da exclusão de outras doenças que podem evoluir também com quadros demenciais. Por exemplo:
 
Traumatismos cranianos
Tumores cerebrais
Acidentes Vasculares Cerebrais
Arterioesclerose
Intoxicações ou efeitos colaterais de medicamentos
Intoxicação por drogas e álcool
Depressão
Hidrocefalia
Hipovitaminoses
Hipotireoidismo
TRATAMENTO

Não existe cura conhecida para a Doença de Alzheimer, por isso o tratamento destina-se a controlar os sintomas e proteger a pessoa doente dos efeitos produzidos pela deterioração trazida pela sua condição. Antipsicóticos podem ser recomendados para controlar comportamentos agressivos ou deprimidos, garantir a sua segurança e a dos que a rodeiam.
A doença de Alzheimer não afeta apenas o paciente, mas também as pessoas que lhe são próximas. A família deve se preparar para uma sobrecarga muito grande em termos emocionais, físicos e financeiros. Também deve se organizar com um plano de atenção ao familiar doente, em que se incluam, além da supervisão sociofamiliar, os cuidados gerais, sem esquecer os cuidados médicos e as visitas regulares ao mesmo, que ajudará a monitorar as condições da pessoa doente, verificando se existem outros problemas de saúde que precisem ser tratados.
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