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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Autismo





O QUE É ?
Autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal.
O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.
Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.

CAUSAS

A causa do autismo não é conhecida. Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica).

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos familiares e repete continuamente certos atos e rituais. A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não conseguir - por não poder ou não querer - falar nada. Quando falamos com a criança, ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.
Sintomas de autismo em uma criança levam o médico ao diagnóstico, que é feito através da observação. Embora nenhum teste específico para autismo esteja disponível, o médico pode executar certos testes para procurar outras causas de desordem cerebral.
A maioria das crianças autistas tem desempenho intelectual desigual, assim, testar a inteligência não é uma tarefa simples. Pode ser necessário repetir os testes várias vezes. Crianças autistas normalmente se saem melhor nos itens de desempenho (habilidades motoras e espaciais) do que nos itens verbais durante testes padrão de Q.I. Acredita-se que aproximadamente 70 por cento das crianças com autismo têm algum grau de retardamento mental (Q.I. menor do que 70).
Entre 20 e 40 por cento das crianças autistas, especialmente aquelas com um Q.I. abaixo de 50, começam a ter convulsões antes da adolescência.
Algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que podem ser vistos na tomografia cerebral computadorizada. Em adultos com autismo, as imagens da ressonância magnética podem mostrar anormalidades cerebrais adicionais.
Uma variante do autismo, às vezes chamada de desordem desenvolvimental pervasiva de início na infância ou autismo atípico, pode ter início mais tardio, até os 12 anos de idade. Assim como a criança com autismo de início precoce, a criança com autismo atípico não desenvolve relacionamentos sociais normais e freqüentemente apresenta maneirismos bizarros e padrões anormais de fala. Essas crianças também podem ter síndrome de Tourette, doença obsessivo-compulsiva ou hiperatividade.
Assim, pode ser muito difícil para o médico diferenciar entre essas condições. 

PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
Os sintomas de autismo geralmente persistem ao longo de toda a vida.
Muitos especialistas acreditam que o prognóstico é fortemente relacionado a quanto idioma utilizável a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas com inteligência subnormal - por exemplo, aquelas com Q.I. abaixo de 50 em testes padrão - provavelmente irão precisar de cuidado institucional em tempo integral quando adultos.
Crianças autistas na faixa de Q.I. próximo ao normal ou mais alto, freqüentemente se beneficiam de psicoterapia e educação especial.
Fonoterapia é iniciada precocemente bem como a terapia ocupacional e a fisioterapia.
A linguagem dos sinais às vezes é utilizada para a comunicação com crianças mudas, embora seus benefícios sejam desconhecidos. Terapia comportamental pode ajudar crianças severamente autistas a se controlarem em casa e na escola. Essa terapia é útil quando uma criança autista testar a paciência de até mesmo os pais mais amorosos e os professores mais dedicados. 

LISTA DE CHECAGEM DO AUTISMO
A lista serve como orientação para o diagnóstico. Como regra os indivíduos com autismo apresentam pelo menos 50% das características relacionadas. Os sintomas podem variar de intensidade ou com a idade.
 













































































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Epilepsia


Epilepsia (palavra de origem grega que quer dizer atacar de surpresa), é uma afecção crônica do Sistema Nervoso Central, na qual o paciente é predisposto a apresentar episódios agudos de descarga excessiva, anormal e transitória de células nervosas (crises epilépticas).

Este quadro pode ou não ser acompanhado de Distúrbios do Comportamento ou Déficit das Funções Cognitivas. Para que se caracterize a epilepsia, o caráter repetitivo das crises é fundamental, ou seja, uma crise isolada não constitiu elemento para defini-la.

É a manifestação clínica causada por uma descarga transitória, excessiva e anormal de células nervosas. Pode ser comparada a uma tempestade elétrica, ocorrendo num grupo de neurônios.
As descargas podem variar de local, extensão e severidade, o que leva a uma ampla diversidade de formas clínicas.
Os sinais e sintomas de uma crise epiléptica (distúrbios da consciência, dos movimentos ou da
sensibilidade) refletem, portanto, a ativação da parte do cérebro afetada por esta atividade excessiva. Pode ser afetada apenas uma parte do cérebro (crise parcial ou focal) ou toda extensão dos dois hemisférios cerebrais (crise generalizada).
É importante lembrar que o termo disritmia, aplicado nesta área, não tem fundamento científico.


A grande variação nos dados obtidos sobre a epidemiologia da epilepsia deve-se à dificuldade de diagnóstico e ao preconceito que faz com que pacientes e familiares omitam o problema. A prevalência de epilepsia é estimada em 1 a 2% da população geral.
Considerando-se uma população de 150 milhões de habitantes para o Brasil, teríamos então, aproximadamente 1,5 milhão a 3 milhões de pacientes epilépticos. Pode-se, portanto, concluir, que a epilepsia se constitui em um importante problema de saúde pública.
A incidência varia consideravelmente de acordo com a idade, sendo que mais de 75% dos pacientes terão sua primeira crise antes dos 18 anos. A faixa mais acometida é a infantil, grande parte com menos de 2 anos de idade.Estima-se, também, que seja discretamente mais frequente no sexo masculino e em classes sociais mais baixas.

A determinação do diagnóstico de epilepsia requer investigação clínica criteriosa:
  • História clínica com descrição da crise;
  • Antecedentes pessoais (neurológicos e psiquiátricos);
  • Antecedentes familiares;
  • Exame clínico;
  • Exame neurológico;
  • Exames complementares, como:
  • Eletroencefalograma (EEG);
  • Tomografia computadorizada (TC);
  • Ressonância magnética (RM);
  • Exame de líquor

A epilepsia pode ser resultado de malformações congênitas, infecções, tumores, doenças vasculares degenerativas ou traumas.
A investigação da causa da epilepsia se inicia na análise dos dados obtidos na história clínica. São eles que irão orientar os próximos passos na direção da causa mais provável. A razão de mais de ¾ dos pacientes apresentarem início das crises dos 18 anos, a maioria crianças, ainda não é clara. Provavelmente seja devido a maior vulnerabilidade do sistema nervoso central jovem.
Dentre estes dados, um dos mais importantes é a idade e início das crises, pois a causa da epilepsia varia expressivamente de acordo com a idade, como pode ser observado no quadro abaixo:


Na maioria dos casos, a duração da epilepsia ativa é curta (inferior a 5 anos) e, uma vez adquirida a remissão, esta é, usualmente, permanente.
De fato, cerca de 70% dos pacientes entrarão em remissão permanente após a instituição do tratamento antiepiléptico.
A remissão ocorre precocemente, na maioria dos pacientes. Quanto mais difícil o controle das crises, pior sua evolução.
Considerando todos estes dados, conclui-se que a instituição de um tratamento adequado, eficaz e oportuno, melhora o prognóstico do paciente epiléptico.


Chamamos de distúrbio de comportamento aquele que se constitui em desvio de um comportamento aceito como normal para o paciente. Pode ser a exacerbação de um comportamento por si indesejável (explosões de temperamento), um comportamento normal ocorrendo em local impróprio (tirar a roupa em público, por exemplo) ou a ausência de um comportamento normal, como um relacionamento social pobre.
O distúrbio de comportamento só deve ser assim chamado, se a alteração chegar a afetar negativamente o paciente ou sua integração social.
A prevalência de distúrbios de comportamento entre crianças com diagnóstico de epilepsia é muito variável, dependendo do grupo de pacientes avaliados. Pode chegar a níveis superiores a 50% em pacientes acompanhados ambulatorialmente.
Como as funções cognitivas, o comportamento pode ser afetado pelos mesmos fatores relacionados à epilepsia. Os que se destacam são: aparecimento precoce de crises, elevada frequência de crises e ambiente familiar negativo.


O diagnóstico de epilepsia deve ser estabelecido de forma definitiva antes do início do tratamento.
A decisão de se iniciar o tratamento deve considerar o paciente como um todo: a severidade do quadro clínico e seu prognóstico. Deve-se ter bem claro o propósito deste tratamento e a expectativa do paciente.
Tendo-se decidido que o paciente requer tratamento medicamentoso, depara-se a necessidade de escolher a medicação adequada.
Muito importante é ter em conta que a medicação, após instituída, deverá ser mantida durante muitos anos, por vezes até o final da vida.
A maneira como o indivíduo interage com o ambiente social (família, trabalho, amigos) é bastante afetada pelo fato dele ser um portador de epilepsia. O tratamento deve, portanto, não apenas visar o controle de suas crises, mas a melhora da qualidade de vida do paciente, garantindo uma melhor integração social.
A escolha da medicação antiepiléptica a ser utilizada é feita com base no tipo de crise apresentada pelo paciente.
A consequência imediata da escolha adequada da medicação, associada à eficácia contra as crises, melhora a adaptablidade social do paciente epiléptico, que poderá atender melhor e mais facilmente às exigências de seu meio, dentro de uma vida de qualidade.

Sabe-se que aproximadamente 75% dos pacientes epilépticos são indivíduos jovens e que, destes, grande parte é de crianças.
A epilepsia se apresenta sempre com quadros dramáticos e, mesmo havendo nos dias de hoje, maiores informações e conhecimentos sobre a doença, é uma moléstia capaz de suscitar preconceitos e animosidade contra seus portadores. Sendo uma doença que interfere nas funções cognitivas, obviamente pode comprometer o aprendizado, levando esses pacientes a uma perda irreparável, tendo-se em vista seu desempenho intelectual no futuro.

Considerando-se esses aspectos, seu tratamento imediato, eficaz e com menor prejuizo na qualidade de vida, é o objetivo primordial por parte dos médicos, pais e pacientes.
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