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domingo, 30 de outubro de 2011

Hidroterapia na Distrofia Muscular de Duchenne


 Introdução

A Distrofia Muscular tipo Duchenne (DMD) é a forma mais comum de distrofia muscular com ocorrência na infância, afetando meninos com incidência de 1 para cada 3500 nascimentos vivos. Esta doença pertence ao grupo das miopatias geneticamente determinadas, sendo caracterizada por fraqueza, degeneração e atrofia em grupos de músculos esqueléticos específicos, de caráter progressivo e irreversível, cujas alterações patológicas são secundárias à deficiência da proteína do sarcolema chamada “distrofina" e independem do comprometimento orgânico ou funcional do sistema nervoso central ou periférico.
A DMD é uma doença genética de herança recessiva, ligada ao cromossomo X. Na mulher encontramos dois cromossomos X, um herdado do pai, e outro da mãe. No homem, existe um cromossomo X, herdado da mãe, e um cromossomo menor, o Y, herdado do pai. O gene da DMD está localizado no braço curto do cromossomo X, no locus Xp21. Como na mulher existem dois cromossomos X, se um deles tiver o gene defeituoso, o outro cromossomo X garantirá o bom funcionamento dos músculos. Assim sendo, a mulher pode ser portadora do gene da DMD, mas ela não tem a doença. Portanto, a DMD afeta apenas o sexo masculino porque nele só há um cromossomo X

Sinais e Sintomas

­­­A DMD apresenta um início gradual dos sinais e sintomas, havendo na maioria dos tipos, um período pré-clínico. A fraqueza muscular é primeiramente percebida nos músculos da cintura pélvica, evoluindo progressivamente para a cintura escapular, afetando os grupos musculares de forma simétrica, porém desigual entre agonistas e antagonistas, levando a uma desarmonia de força entre grupos musculares antagônicos. O indivíduo para se adaptar a estas mudanças e manter a postura vertical, adquire mecanismos compensatórios. A postura ereta típica é hiperlordótica com abdome protuso e aumento da base de sustentação (ver fig. 1), a marcha é do tipo anserina, pendular ou "de balanço" e para levantar-se do chão escalam o próprio corpo. Este sinal é conhecido como "sinal de Gowers" ou levantar miopático (ver fig. 2).



Figura 1- Notar a hiperlodose lombar, protusão do abdome, pseudo-hipertrofia das panturrilhas e aumento da base de sustentação





Figura 2 – (A) Este paciente com DMD demonstra o clássico Sinal de Gowers. (B) Para levantar-se o menino fará uso das mãos escalando suas próprias pernas, (C) apoiado em si mesmo, empurra-se para alcançar a posição vertical.








A incapacidade para a deambulação independente na DMD ocorre geralmente ao redor dos 10 anos. As contraturas e deformidades esqueléticas se intensificam após o confinamento à cadeira de rodas (ver fig. 3 e 4) e as causas mais freqüentes de óbito são as complicações respiratórias e cardíaca.





Figura 3 - Portador de DMD . Apresenta escoliose grave e incapacidade para manter a postura sentada independente


Figura 4 - Portador de DMD, apresentando grande deformidade equinovaro.


Hidroterapia

A hidroterapia é uma forma clássica de tratamento fisioterápico, utilizada em grandes variedades de disfunções. Neste tipo de atividade, as propriedades físicas da água aquecida promovem facilitação dos movimentos e alivio das dores, além de permitir o trabalho em grupo e tornar a terapia agradável, principalmente para crianças, as quais muitas vezes são impossibilitadas de realizar determinadas atividades em outro meio, senão o aquático.
A hidroterapia realizada em piscina terapêutica é utilizada para manter a força muscular, a capacidade respiratória, as amplitudes articulares e evitar os encurtamentos musculares. Devido às propriedades físicas da água, a movimentação voluntária e adoção de diversas posturas podem ser facilitadas e os exercícios de alongamento muscular podem ser realizados com o alívio da dor.
Tratamento na Hidroterapia

- Alongamento dos músculos posteriores dos membros inferiores e superiores;
- Fortalecimento dos membros superiores e inferiores;
- Flutuação com auxílio de um macarrão entre as pernas, estimulando o equilíbrio;
- Brincadeiras em ortostatismo, estimulando a criança a pegar objetos enquanto o terapeuta cria turbulência ao seu redor;
- Oscilações de lado para o outro, com a criança segura pela parte proximal dos membros superiores;
- Controle de tronco e equilíbrio realizados pela criança com movimentos ativos dos membros superiores unilateral, bilateralmente e alternadamente;
- Controle de tronco e equilíbrio utilizando tapete flutuador;
- Exercícios respiratórios com a criança sentada e na horizontal enquanto flutua;
- Movimentos lentos proporcionando relaxamento e redução da dor, com o paciente flutuando com a ajuda do terapeuta.

E para entendermos melhor como é este tratamento dentro da água vamos assistir um vídeo do teletom em portugal!


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